PATRICIA LINO
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Ana Cristina Joaquim. Palavra Comum. Galiza. 2021.
Com o seu gesto de publicação do kit, Patrícia Lino constata, ao mesmo tempo que atesta, que os “objetos imaginários” são tão históricos quanto “os objetos históricos”. Isso não significa que não haja diferenças entre o discurso literário e o discurso histórico (e os meios de que cada um dos discursos dispõe para levar adiante as disputas políticas, sociais, etc.). Isso significa que seus dois tipos de objetos, por assim dizer, passam a atravessar os cotidianos português e brasileiro, na exata medida em que disputam uma leitura do fato histórico em questão. Ambos ocupam o tempo presente. Um, por entender o presente como única temporalidade em que se faz possível qualquer ação, resposta ou indagação. Outro, por nunca ter deixado de ocupar o tempo presente, nas sucessivas “renovações” que o permitiram “se manter como tal”, tendo-se em vista a predominância da visão colonialista e todas as consequências no que diz respeito às determinações identitárias ao longo dos séculos.

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Laura Assis. ADobra. Brasil. 2021.

Falar da obra de Patrícia Lino é se deparar sempre com um dilema: qual fio puxar? São muitos os potenciais caminhos dentro da produção dessa autora portuguesa, e a maior parte das suas obras trazem nuances e ramificações que esbarram nas artes plásticas, na estética, na história, na filosofia, no lirismo e na música.

Meu primeiro contato com a produção artística de Patrícia me deu a impressão de vislumbrar um mundo em toda a sua complexidade, engrenagens, possibilidades; entre poemas líricos (que estão em Não é isto um livro?, publicado pelas Edições Vestígios), vídeos, poesia visual, poesia mixada (no álbum I Who Cannot Sing, lançado pela Gralha Edições), performance, intervenção, entre outras para as quais ainda não me ocorre uma classificação, que sequer é necessária.
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Guilherme Gontijo Flores. Revista do Centro de Estudos Portugueses, v. 40, n. 64. UFMG. Brasil. 2021.
Patrícia Lino é a estreante mais veterana que já vi. E isso ninguém discute. Nascida em 1990 e morando há alguns anos nos Estados Unidos, onde é professora na Universidade da Califórnia em Los Angeles, Lino produziu um verdadeiro tour de force em prazo exíguo, e digo com todas as palavras o que produziu em coisa de dozes meses apenas: fundou a revista Virada — literatura e crítica em dezembro de 2019, em parceria com Miguel Monteiro (este sediado em Coimbra), com uma proposta editorial que cruza ensaio e poesia experimental numa lusofonia ampla, raríssima de cá ou de lá do Atlântico, ou seja, editoração de risco e ação num mesmo gesto. Nestes noves meses incompletos de 2020, ano do caos e da melancolia, lançou Não é isto um livro pela Ediciones Vestigio, na Colômbia, em edição bilíngue, português-espanhol, com um conjunto de poemas em verso, prosa e experimento visual, onde o leitor pode encontrar pancadas de humor escancarado, lirismo enviesado, rasura, ironia etc., numa vertigem de técnicas e efeitos que é de poucos. Também terminou o curta-metragem Vibrant Hands. Como se não bastasse, conseguiu ainda lançar em site o álbum de mixagens I who cannot sing, em que manipula as vozes de outros poetas, vivos e mortos, além da própria voz e de instrumentos digitais, para produzir um álbum musical e poemas; no mínimo ironicamente, esse álbum já saiu poucos meses depois na forma áfona de um livro, pela Gralha Edições, também brasileira. Isso tudo, para não falar de Manoel de Barros e a poesia cínica: o círculo dos três movimentos com vista ao homem-árvore, publicado em meados de 2019 pela Relicário Edições; nem do livro audiovisual Anticorpo. Uma paródia do império risível, programado para sair Garupa Edições, entre 2020/21. É de fato um dínamo, como a apelidou André Capilé pelas redes sociais. 



Isaac Giménez. Mester, v. 49. United States. 2021.
Most of Lino’s works confront readers/spectators (as well as reviewers) with their own prejudices. Not only does Anticorpo defy the idea of a book, and by extension literature, but more importantly it requires an engagement that goes beyond the logos and the solemnity associated with it. Traditionally, parody has been considered an inferior genre, a mere inversion of the original codes whose main aim is to critically tackle an issue through the lens of humor. In this sense, Lino’s playful elaboration does fulfill its purpose: to provoke an unpleasant and corrosive laughter that’s both infuriating and relatable. Perhaps the personal, ludic appropriation and repurposing of archival images is not new in the Lusophone arts, but it is definitely rare within the Portuguese literary field.
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Laura Assis. Revista CULT. Brasil. 2020.
E isso porque um dos maiores acertos de I Who Cannot Sing é ter atingido em suas peças de poesia mixada uma organicidade que confere a elas uma existência muito própria. Se originam sim, claro, do poema e do mix, respectivamente, mas essa dupla natureza cria uma terceira, que não obedece às mesmas leis. Insistir num olhar classificador e metodológico talvez seria, então, mais ou menos como ir para outro planeta e querer se comportar da mesma forma ao se deparar com outra atmosfera, outra gravidade.



​André Capilé. escamandro. Brasil. 2020. 
hoje, em chaveamento parecido à adília em alguns aspectos, é bem que possível nos encontremos com patrícia lino. poeta forte nas tramas da multilinguagem, em plataformas diversas, que tem operado com muita inteligência, e humor, um projeto de calcinação dos modelos conservadores de ler a história portuguesa, a dos livros e a dos hábitos, por meio de, ai que me repito tanto, não me repila, sátiras & paródias. ela, patrícia, é professora de literatura e cinema luso-brasileiros na UCLA, investigadora do UCLA Latin American Institute e do Instituto de Literatura Comparada Margarida Losa, trabalhando, sobretudo, com poesia contemporânea e interdisciplinaridade. em todos os campos em que atua como pensamento, patrícia avança por linhas contracoloniais, desde dentro, nos informando duma outra maneira de existir portuguesa, e também do mundo, nosso mundo possível. ela, poeta em trânsito permanente, consegue atravessar sua criação a revés dos documentos oficiais, dinamizando com argúcia de rebel aquilo que é vedado dizer, entre outros pontos, mesmo no circuito poético do campo editorial português.

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Catarina Real. Arte Capital. Interview. Portugal. 2020.
Depois de cinco anos e um doutoramento focado na poesia brasileira do século XX (e XXI também) e muitas aulas leccionadas - desde o português à literatura mexicana - partiu para Los Angeles, onde lecciona, desde Setembro de 2019, literatura, cinema e cultura brasileira e portuguesa. Patrícia tem uma voz madura, e um tom pausado, como quem ensina sempre que fala. Falámos do seu percurso, do seu trabalho, das suas obsessões, da interdisciplinaridade e do afecto que tem ao trabalho editorial de Nuno Moura, com olhos atentos e sem conservadorismo e com quem irá publicar, via Douda Correria, o seu próximo livro de ficção em Portugal: O Kit de Sobrevivência do Descobridor Português no Mundo Anticolonial. 


Brenno Kenji Kaneyasu. Revista Pessoa. Brasil. 2020.
A poesia de Manoel ressurge, então, do estudo de Patrícia, com um afiado fio crítico social: de inventiva e lúdica, passa a anárquica, rebelde, irreverente, inovadora. Sua origem impossível no início dos tempos encontra sua contraparte possível no terreno social e quotidiano: da infância da humanidade à infância do homem, do olhar primitivo pré-linguístico ao olhar infantil pré-linguagem e seus análogos sociais.


José Pinto. escamandro. Brasil. 2020.
Nesse diálogo com os poemas e as leituras, a poeta-tradutora parece repartir a sua atenção sobretudo entre a escuta e a construção dos novos objetos, onde o tom de voz, a projeção vocal e a interpretação dxs poetas influem nas composições musicais. Os arranjos, por sua vez, resultam de colagens de sons retirados de websites de domínio público, programas profissionais de música e mixagem. Editados mais tarde ou não, a Patrícia vai articulando estes sons, beats e acordes com sons corporais ou gravados na rua e outros dos seus instrumentos, como o MIDI, o xilofone, as maracas ou o baixo.


Thadeu C. Santos. Revista de Estudos Portugueses. Brasil. 2020.

Em REVOLUTION (2019b, 2’16”), Patrícia Lino se aproxima do concretismo ao abrir diálogo direto com uma peça visual de Augusto de Campos, a “enigmagem” “Pentahexagrama para John Cage”, uma homenagem ao silêncio trabalhado pelo antiprocedimento fundamental do músico norteamericano. Campos centraliza a figura de uma pauta musical comum subvertida através da pontuação das notas musicais nos espaços brancos, quando habitualmente é feita nas linhas pretas. De que se trataria essa revolução? Lino reproduz com cores a imagem de Campos e uma nota de piano soa a cada mudança de coloração. O silêncio é quebrado por um acompanhamento sonoro monótono e vagaroso. No entanto, a palavra “revolution” é processada em diferentes estados de animação e, aparentemente, desacompanha a instrução sonora, promovendo um contraste em direção a uma vitalidade primaveril. A palavra “revolution”, pois, parece ganhar vida própria, desobedecendo com seus movimentos a ode ao silêncio e refazendo a perspectiva afixada anteriormente, tal qual uma anedota videográfica, que a imagem de Campos encapsulara.

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Mary Anne Warken. Qorpus. Interview. Brasil. 2020.
— Conte um pouco sobre a sua relação com o trabalho de tradução. Como ocorre a dinâmica entre seu trabalho acadêmico na UCLA e seus trabalhos autorais e de tradução. Como esses talentos se relacionam? Você é autora antes de ser tradutora? Fale sobre seus mais recentes trabalhos autorais.
— Traduzo, na prática ou mentalmente, quase todos os dias. Do espanhol e inglês ao português, sobretudo. Poesia, mais do que qualquer outra coisa. De resto, o exercício de tradução inclui, para mim e ao mesmo tempo, vários processos. Não diz apenas respeito à tradução de um idioma a outro, mas de uma ou mais linguagens a outra(s). A ilustração, a musicalização ou a representação audiovisual são exercícios de tradução. Como ilustrar este verso? Como musicar esta estrofe? Como representar, através da imagem, do som e do movimento, aquela passagem? Ou, num raciocínio inverso, como escrever sobre um objeto visual, musical, audiovisual ou performático? O fazer ou a análise da poesia, pela natureza interdisciplinar da poesia (que se compõe formalmente de palavras, imagens, sons ou do corpo), leva muitas vezes, mais do que o fazer ou a análise de qualquer outro género literário, a perguntas como estas. Poder-se-ia dizer que trabalhar com poesia, sob o ponto de vista de quem a faz, pensa ou ensina, é trabalhar com tradução. 


Camila Assad. Revista CULT. Brasil. 2020.
Patrícia Lino nasceu em Portugal em 1990. Apesar da pouca idade tem um currículo vasto, coleciona ocupações e endereços intercontinentais. É poeta, artista visual e professora de literatura e cinema luso-brasileiros na UCLA (University of California, Los Angeles). É doutora em literatura brasileira e autora de Antilógica (2018) e Manoel de Barros e A poesia cínica (2019). Dirigiu Vibrant hands (EUA, 2019) e Anticorpo – uma paródia do império risível (EUA, 2019; Brasil, 2020). Comecei a acompanhar sua produção e percebi que ela fazia muito mais do que simplesmente “escrever umas coisinhas”. Patrícia se abre para uma investigação profunda da poesia contemporânea, pesquisa com afinco a cultura visual e audiovisual e não demorou muito para eu ter certeza de que estava diante de um dos maiores nomes da literatura lusófona. Patrícia não tem medo de experimentar, e isso talvez seja o ingrediente principal pra todo jovem poeta. 


Pandemic Pieces. US. 2020.
According to the Portuguese critic and literature scholar Pedro Eiras, Patrícia Lino creates new languages. Besides her interdisciplinary work, in which she combines various forms of expressions and media — from videopoetry, music, to performance —, Lino is also the author of poetry that contends with satirical, political, and empathetic themes. Her poems are the result of an attentive look at society and the necessity of questioning, rebuilding, undoing language and social preconceptions. 


Pedro Eiras. Catálogo de Poesia UNAM. México. 2019.
A Patrícia escreve, desenha, compõe, debate, provoca – inventa linguagens que não existiam.
Por isso, nestes poemas, há Homero e o Pão de Açúcar, Diógenes e os Smiths, Dante e Malevich, muito samba, pantufas terríveis, um apetite de kiwis, a denúncia das Taprobanas. E amor, humor, a infância reencontrada.
A Patrícia é – como dizê-lo melhor? – a Patrícia.


Álvaro Cortés. Catálogo de Poesia UNAM. México. 2019.
En los versos de Lino se deconstruye la cultura pop, el conocimiento académico, las emociones y el lenguaje, para dar forma a poemas de una engañosa sencillez y evidente necesidad de representar el cúmulo de ideas que nacen de su sensibilidad artística. Es así como en las páginas se cruzan The Beatles y Valentín Elizalde, el desamor y el discurso de género, Homero y Wikipedia y flashbacks de sentimientos que aún se viven. En algunos de los poemas, la palabra escrita no es suficiente. De ahí que se complementan con ilustraciones creadas por la propia Patrícia Lino. Esto, siguiendo la exploración del lenguaje emprendido por poetas de las vanguardias luso-brasileñas como Augusto de Campos, Manoel de Barros, Mário Cesariny y Ana Hatherly, quienes –al igual que Lino– poseen una obra que insinúa que la plenitud poética se consigue cuando lo verbal, lo visual y lo auditivo se conjugan en un solo objeto.


Noé Sandoval. The Daily Aztec. US. 2019.
Los poemas de Lino van más allá de palabras y lecturas. Lino muestras sus obras literarias con videos y música, lo cual mejora la experiencia para el lector y el espectador. En su recitación, Lino exhibió por primera vez su obra, ANTICORPO, un libro paródico y audiovisual sobre la plática colonial portuguesa. La obra, ANTICORPO, es un collage de video, conteniendo fragmentos de propaganda del gobierno portugués. Durante su recitación, Lino mostró al público la eficacia de usar otros métodos de comunicación para una obra literaria y creativa. “Lo académico y lo creativo van juntos”, dijo Patricia Lino durante su presentación. Lino, siendo poeta y profesora, enfatizó que su trabajo y su creatividad son utilizadas para mostrar y enseñar la capacidad académicas y creativas a estudiantes. Además, recitó otros poemas que se tratan de la experiencias de humanos y sus sentimientos. A su vez, con su poesía portuguesa, Angélica Freitas y Patricia Lino pudieron enseñar a los asistentes del consorcio los contextos sociales y culturales de la vida contemporánea.
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