GENERAL EVALUATIONS
Número de poemas publicados: 0 Consultas no terapeuta: 24 Estado geral das coisas: excesso de louça na pia a falta permanente de um cão uma das pernas a direita adormecida outra língua inveterada pelas manhãs Há dias úteis em que o coração bate mais depressa outros em que o coração bate mais devagar Não importa o que possa fazer eu com as mãos se fecho os olhos aperto o ar ou se me inclino O coração há de sempre bater mais depressa ou mais devagar O nome do cão que me falta é Argos A beleza íngreme do canto XVII, para que servem os clássicos de que servimos nós uns aos outros, e o amor Quando me inclino para acelerar ou abrandar a batida do coração costumo fazê-lo para a frente, 90 graus tortos porque não tenho elasticidade Há quem chegue e pergunte: dói? Há quem chegue e diga: dê meia volta E me pontapeie E há tanta graça na paronomásia que todas as minhas conversas na terapia são paranomásicas A minha antiga partner sofria de psicopatia folia enguia esguia engolia todo o meu amor próprio Não havia maneira eira grosseira de não estar à beira de um buraco Ah buraco sapato caco tantas modos psicanalíticos de definir buraco DIGA QUAL É PARA SI A IMAGEM MAIS ADEQUADA: |
Portugal (Gazeta de Poesia Inédita, 2018).