CARTA AO POETA CONTEMPORÂNEO
És menos que um grão de areia da Praia Vermelha
e no entanto tão privilegiado
Não estás vivo porque escreves
Escreves porque podes dar-te ao luxo de escrever
e estavas vivo antes disso
O poema é um exercício de humildade
Se fores à Praia Vermelha, descalça-te
Faz o que tiveres de fazer (água de coco
mergulhar os pézinhos, proteger-te
do sol magnânimo, pulular uma ode, resistir
à beleza do Pão de Açúcar, apaixonar-te
compor uma trança, ignorar com certa
elegância a curiosidade dos meninos)
Toma sempre o café da manhã
Põe a língua de fora, ácida
grega, o mais que puderes
Perdoa-lhes a arrogância
Insiste tanto no primeiro verso
como no amor: muito pouco
És menos que um grão de areia da Praia Vermelha
e no entanto tão privilegiado
Não estás vivo porque escreves
Escreves porque podes dar-te ao luxo de escrever
e estavas vivo antes disso
O poema é um exercício de humildade
Se fores à Praia Vermelha, descalça-te
Faz o que tiveres de fazer (água de coco
mergulhar os pézinhos, proteger-te
do sol magnânimo, pulular uma ode, resistir
à beleza do Pão de Açúcar, apaixonar-te
compor uma trança, ignorar com certa
elegância a curiosidade dos meninos)
Toma sempre o café da manhã
Põe a língua de fora, ácida
grega, o mais que puderes
Perdoa-lhes a arrogância
Insiste tanto no primeiro verso
como no amor: muito pouco
Presented and performed in the US, Portugal, Colombia, and Mexico.